Fundação da ASPEC-GO

Nos anos 70 foram realizados, na então Polícia Técnica de Goiás, dois concursos públicos para Peritos Criminais, sendo que uma turma de peritos aprovados tomou posse em 1974 e a outra em 1978. Esses novos servidores dobraram o efetivo de peritos existente na DTP – Divisão de Polícia Técnica (órgão correspondente ao atual IC, subordinado à DTP – Departamento de Técnica Policial, atual SPTC).

Esses novos peritos, todos universitários, encontraram uma Polícia Técnica totalmente sucateada, onde os peritos não tinham nenhuma voz ativa.

A partir do final de 1979, com o aceno de uma abertura política e a ideia de abrandar o regime ditatorial e permitir algumas pequenas liberdades, um grupo de peritos, que sempre se reuniam em uma mesa de bar, começam a discutir e planejar uma reação contra a situação constrangedora a que os peritos eram submetidos, principalmente os plantonistas e ainda contra a falta de estrutura e condições de trabalho de todos, além da questão salarial, uma vez que o salário, a cada ano, ficava mais defasado, a ponto de ser alcançado e até atropelado pelo salário mínimo. Surge então a ideia “absurda” e “inaceitável” de se fundar uma associação para representar e defender os peritos criminais e médicos legistas de Goiás.

Foi marcada uma reunião, no início de 1981, sendo convidados todos os peritos e médicos legistas, tendo esta acontecido no auditório da SSP-GO, então localizada na rua 66, nº 12, centro (prédio do atual Instituto de Identificação), quando foi escolhida uma comissão para dirigir os trabalhos, sendo esta composta pelos Peritos Criminais Valdo de Abreu Pena, Jerônimo Leão de Almeida (Lominho) e Paschoal Vieira de Melo.

Depois de vários reuniões, diversas deliberações e elaboração e aprovação de um estatuto, que teve como modelo o estatuto da Ordem dos Músicos de Goiás, foi marcada para o dia 10 de agosto de 1981, a Assembleia de Fundação e Eleição da Primeira diretoria da entidade, que receberia o nome de Associação dos Peritos Criminalísticos de Goiás – ASPEC-GO.

Aconteceram algumas reações contrárias à fundação dessa entidade classista, especialmente pela cúpula da SSP, através dos Delegados de Polícia, até com a tentativa de impedir a utilização do auditório da SSP-GO, o que só não aconteceu porque houve uma autorização expressa do próprio Secretário da Segurança Pública, além dos peritos serem vítimas de algumas chacotas, como “vocês não estão fundando, mas afundando, uma associação” ou “será uma associação de dois ou três”.

A Assembleia Geral acontece na data de 09 de agosto de 1981, com a presença maciça dos peritos criminais, sendo, então efetivamente fundada a Associação dos Peritos Criminalísticos de Goiás – ASPEC-GO, sendo considerados sócios fundadores os peritos presentes na assembleia, e foi eleita a primeira diretoria executiva, que ficou assim composta:

Presidente: Paulo César de Menezes Póvoa;
Vice-Presidente: Antenor José de Pinheiro Santos;
1º Tesoureiro: José Borges;
2º Tesoureiro: Joaquim Gonçalves Ferreira
1ª Secretária: Eleusa Helena de Souza;
2ª Secretária: Marília Brandão Martins França;

A fundação da ASPEC-GO pode ser considerada um divisor de águas para a Polícia Científica de Goiás, pois os peritos começam a ter voz e exigem uma maior participação nos acontecimentos que envolvem a Perícia Criminal, assim como estabelecem um canal de reinvindicações tanto nas condições de trabalho e qualidade do serviço prestado, como na política salarial.

A primeira grande conquista, foi sem dúvida, a exigência do nível superior para ingresso na carreira, seguido da aproximação da perícia com o mundo acadêmico, sendo realizados diversos seminários nas universidades goianas, sempre levando e divulgando os trabalhos dos Peritos Criminais e Médicos Legistas, com ampla divulgação na imprensa, que teve como resultado imediato, além de um melhor conhecimento e divulgação do trabalho do perito para a sociedade, a criação da Disciplina CRIMINALÍSTICA, no curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade Católica de Goiás (PUCGoiás), que teve como primeiro professor o Perito Criminal e ex-presidente da ASPEC-GO Roberto Pedrosa.

E as conquistas e avanços foram acontecendo sucessivamente durante os anos, sempre com a participação efetiva da ASPEC-GO, ora através de articulações políticas, ora através de pressões, inclusive com fortes movimentos grevistas, sendo conquistada a paridade vencimental entre Peritos e Delegados de Polícia, a construção da sede da ASPEC-GO, a modernização da Polícia Científica através da autonomia administrativa e a construção do mais moderno Instituto de Criminalística do país, dentre tantos outros avanços, além de promover o congraçamento da categoria, através de diversas festas, torneios esportivos e eventos sociais.

Por certo, nesses 37 anos de existência, os associados da sempre combativa ASPEC-GO, tem muito mais o que comemorar, mas também tem que ter a consciência que muitos avanços ainda precisam ser alcançados.

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